Biko recebe Cronogramas da Liberdade

Biko recebe Cronogramas da Liberdade

Biko recebe Cronogramas da Liberdade


Foi realizado na manhã da última sexta-feira, 26, no Instituto Cultural Steve Biko, a roda de conversa intitulada “Diálogo com a Comunidade: propostas dos professores para políticas públicas, com inspiração e fortalecimento do Programa Oguntec”. O encontro teve como objetivo a escuta de educadoras e educadores de instituições conceituadas no território soteropolitano, visando a construção de políticas públicas direcionadas para combate das desigualdades. A promoção do evento foi feita pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) e pela Secretaria de Relações Institucionais, ambos do Governo Federal.

A roda constituiu-se na primeira edição do Cronogramas da Liberdade, realizada em Salvador, no dia 25, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e no dia 26, no Steve Biko e no Grupo de Mulheres do Alto das Pombas (GRUMAP). A iniciativa destinou-se a realizar escuta de mulheres de territórios periféricos vitimadas pelo cruzamento de diferentes fatores geradores de vulnerabilidades, para produzir aprendizagens sobre as estratégias adotadas por essas mulheres em seu cotidiano e, a partir disso, propor políticas e ações do poder público visando o combate das desigualdades.

 

Imagens: Ascom Steve Biko

 

Estiveram presentes na roda professores e ex-estudantes do Programa Oguntec, membros da coordenação do programa, a professora Tarry Cristina, professoras da UFBA, as conselheiras do CDESS, dra. Alcielle Santos, dra. Rosângela Hilário, a coordenadora da Plataforma e Mercado da Data Privacy do Brasil, Carla Rodrigues, o diretor executivo do Instituto, Lázaro Cunha e a equipe técnica do Steve Biko.

A ação foi articulada pela ex-diretora pedagógica do Steve Biko, Tarry Cristina, que também colabora com o GRUMAP e atualmente é membra do coletivo Adinkra. Ela considerou o encontro como importante para a discussão de políticas públicas junto ao CDESS. “Essa reunião tem grande importância para o Instituto Cultural Steve Biko, pois foi o momento de pensar em metodologias onde a gente possa estar cada vez mais abrindo portas para os nossos jovens, meninos e meninas negras numa perspectiva de uma educação libertadora, uma perspectiva de uma educação antirracista e, sobretudo, na perspectiva de cobrarmos do governo atual, de esquerda, eleito por muitos desses jovens e pela população. Então está na hora das nossas cobranças, está na hora de fazermos política de ações afirmativas em todos os setores para que a nossa juventude não seja mais alvo de extermínio e de genocídio”, afirmou Tarry.

 

                                                                                                                                                                                              

É fundamental que as políticas públicas sejam implementadas de forma eficaz, garantindo acesso à educação de qualidade, oportunidades de emprego e espaços de participação social para os jovens negros. Precisamos promover iniciativas que valorizem a cultura e a história afro-brasileira, além de criar ambientes seguros e inclusivos nas escolas e comunidades. Dessa forma, a conselheira da CDESS, dra. Alcielle Santos, falou da importância de estar na Biko e voltar para a Bahia, que, segundo ela, é um lugar potente.

“A Bahia é um lugar de muita articulação: articulação de ideias, de inteligências, de novas epistemologias negras. Aqui é um lugar que é fonte. Então, o Conselho vem aqui na BIko buscar fortalecimento e estratégias com quem está produzindo essas estratégias, junto à comunidade negra em Salvador, Bahia, a capital mais negra do Brasil, e que deve gerar ensinamentos para que a gente transversalize as questões de raça, classe e gênero em todas as instâncias de atuação nossas como conselheiras no Conselhão. A gente deixa aqui também a palavra, de respeito, do nosso secretário executivo, Paulo Pereira, do ministro Padilha e de todo o Governo Federal, para que a gente consiga fazer pontos de articulação que colocam o governo federal em diálogo com a base. Conselho é um meio de se fazer isso”, reforçou.

 

                                                                                                             

Para o diretor do Instituto Steve Biko, Lázaro Cunha, é importante assegurar as oportunidades para os jovens negros e negras, uma missão abraçada pela Biko. “A gente tem desenvolvido importantes ações, que trazem a Educação como elemento chave de desenvolvimentos dos/das jovens em pelo menos quatro (4) cidades do estado, incentivando, buscando e construindo alternativas para empoderar os nossos. O Oguntec é um exemplo gigante, assim como o Pré-biko, que todos os anos colocam a nossa juventude nas universidades.

 

 

A ex-estudante e ex-professora do Oguntec, Tatiana Damasceno, contou o seu relato de crescimento, que segundo ela foi impulsionado pelo Programa Oguntec, do Steve Biko. “Minha mãe, à época já era de movimento social, sabia do quadro da educação, então ela trabalhou a minha mente que eu precisasse ir para a universidade. Antes de entrar eu não percebia a importância social de eu estar na universidade para a minha família. Estudei 2 anos, fiz aulas de inglês, também na Biko, onde eu tive uma experiência única”, desabafou.

 

 

Imagens Ascom Steve Biko



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