Intercâmbio: Steve Biko recebe grupos de universidades estadunidenses

  • Home
  • Notícias
  • Intercâmbio: Steve Biko recebe grupos de universidades estadunidenses
Intercâmbio: Steve Biko recebe grupos de universidades estadunidenses

Intercâmbio: Steve Biko recebe grupos de universidades estadunidenses


Os meses de junho e julho serão de intensa troca cultural e de experiências entre o Instituto Cultural e intercambistas de universidades estadunidenses

Professores e estudantes da Pitzer College (Califórnia) e da Georgia State University (Georgia) chegaram a Salvador para trocas culturais e saber como o Instituto Cultural Steve Biko realiza as suas atividades estudantis como forma de combater o racismo estrutural presente no Estado.  

O programa de Intercâmbio Internacional do Instituto Cultural Steve Biko é uma estratégia de ação que a entidade desenvolve com foco na promoção de encontros, viagens e experiências internacionais para jovens estudantes universitários afrodescendentes de todo o mundo. O Intercâmbio da Biko tem como espírito a partilha que envolve o universo da diáspora africana, interconectando a juventude afrodescendente para ampliar seus conhecimentos, aprender outra língua, reconhecer sua história no mundo, estabelecer vínculos simbólicos e trocas de experiências científicas e acadêmicas, com respeito a ancestralidade, o patrimônio diversificado e a contribuição da diáspora africana para o desenvolvimento das sociedades.

Odara - Instituto da Mulher Negra

Na tarde desta quinta-feira, 13, os estudantes da Pitzer College (Califórnia), que tem a coordenação da professora Luciana Reis, e a mediação da professora do Steve Biko, Natália Koques, visitaram o Odara - Instituto da Mulher Negra, para saber mais das ações e projetos e foram recepcionados por Naiara Leite, coordenadora Executiva, Alane Reis, coordenadora do Programa de Comunicação e Joanna Bennus, do Programa de Comunicação. 

O Odara – Instituto da Mulher Negra, é uma organização negra feminista, parceira do Instituto Cultural Steve Biko, centrada no legado africano. Desde 2010, atua com o compromisso de fortalecer a autonomia e garantia de direitos das mulheres negras, e o enfrentamento às violências raciais e de gênero, a partir do apoio a programas, projetos e agendas que têm por objetivo combater e atenuar os efeitos do racismo, sexismo, LBTfobia e formas correlatas de opressões, que provocam um conjunto de desvantagens para a população negra, e em especial para as mulheres negras.

Para Naiara Leite, a atuação do Odara tem como objetivo chamar atenção e lutar contra as   violências sofridas pela juventude negra e pelas mulheres, sendo assim, o trabalho realizado com meninas negras dá conta de pensar todos os atravessamentos: violência, racismo, problemas de saúde, gravidez na adolescência, a questão da sexualidade que impacta esse segmento. “É um trabalho construído aqui como base a Lei 10.639, de ensino da cultura negra e africana nas escolas seja de fato efetivada e, para além disso, para que a gente fortaleça a denúncia para que a escola não seja uma outra instituição que não agrega, que não aceita, que viola, violenta e expulsa meninas negras, jovens negras e crianças negras”. 

 

Imagens: Ascom Steve Biko

Naiara também reforça o trabalho estratégico de comunicação realizado pelo Odara. “A gente trabalha a comunicação e a informação no diálogo de pensar estratégias e as narrativas de enfrentamento ao racismo patriarcal em relação às violências que são aprofundadas e direcionadas para as mulheres negras em função dessa estrutura, em relação ao racismo patriarcal, da colonização e do processo de escravização que nós vivemos na sociedade brasileira”. 

Para Dominic Feder Di Toro, estudante de Línguas Estrangeiras - Português e Espanhol, na Pitzer College, é importante conhecer as histórias do movimento das mulheres negras e LGBTs. “Para mim foi bastante educativo. É importante aprender sobre essas coisas, procurar e saber que as pessoas na Bahia têm feito o trabalho e, mesmo não sendo muito barulhento, existe e é importante. Para mim, que tenho duas irmãs lésbicas, e que falam que é importante aprender mais sobre outras culturas e, mesmo a cultura LGBT sendo a mesma, com os problemas são parecidos, são diferentes, dependendo do seu contexto cultural, dessa forma, é importante aprender mais e essa é uma coisa que vou levar para casa, que tem pessoas aqui brigando, como ocorre em outros países, que brigam para resolver os problemas”. 

 

Imagem: Ascom Steve Biko

A estudante Juliana Jasma, do curso de Economia e Línguas estrangeiras, também da Pitzer College, fala da sua percepção do intercâmbio e da visita ao Odara. “Eu gostei de saber desses problemas, pois é uma agenda importante da universidade e do estudo do intercâmbio. Isso porque queremos explorar alguns problemas sociais na comunidade onde estamos morando com as famílias brasileiras e é interessante aprender sobre problemas que confrontam as pessoas nas suas famílias, pois têm pessoas dessas famílias que são LGBTs, além de ouvir algumas histórias que eu nunca aprendi sobre o Brasil. Como os Estados Unidos sempre representa um mix de muitas culturas, muitas pessoas aceitando as diferenças, mas, em realidade, ainda temos problemas e eu acho que essa apresentação é uma boa maneira de representar algumas pesquisas, histórias e pessoas que são importantes na briga contra a violência e problemas sociais”, finaliza Juliana. 

Os estudantes visitantes da Pitzer College permanecem com a troca cultural na Bahia até o fim deste mês. E os intercambistas da Georgia State University, até o fim do mês de julho. Acompanhe nossas redes sociais e saiba mais das interações entre Brasil e Estados Unidos.

 

Imagens: Ascom Steve Biko



Parcerias: