O Instituto Cultural Steve Biko recebe a primeira edição na Bahia do Círculo de Cura Coletiva, Justiça Social e Bem-Estar Global. O projeto é uma iniciativa conjunta do Projeto Rotas dos Povos Escravos da UNESCO, Fundação Guerrand-Herm para a Paz e Instituto Global da Humanidade pela Paz, que se junta ao Steve Biko para contemplar estudantes do Programa Oguntec.
O Projeto, que visa curar as feridas e abordar as consequências psicossociais, econômicas e políticas do comércio transatlântico de escravos e da história dos escravos, será realizado nos dias 23, 27 e 30 de maio, sob a coordenação da cientista social, Mariana Gonçalves.
De acordo com Mariana, os Círculos de Cura Coletiva contribuem com a proposta do Programa Oguntec em diversas dimensões, ao propor uma reflexão profunda sobre a desumanização, imposta pelo corrente sistema, além de dar espaço e tempo à elaboração de estratégias para a cura dos danos decorrentes dessa desumanização.
“Os Círculos de Cura Coletiva possibilitam uma ampliação do entendimento do próprio propósito da tecnologia - como usá-la também em prol da construção de estruturas socioeconômicas mais justas. Além disso, as reflexões promovidas pelos Círculos colaboram com a localização da raiz do problema da desumanização, fazendo os/as jovens refletirem se a doença encontra-se nas tecnologias propriamente ditas e/ou em quem as manipulam. Uma parte da estrutura dos Círculos é reservada para a reflexão sobre a nossa conectividade intra e intercomunitária, o que, neste sentido, também fazem as/os jovens questionaram-se a quem e, sobretudo, como servem as tecnologias pensadas por elas/eles. Por fim, os Círculos de Cura Coletiva reafirmam um senso de dignidade e valoração intrínseca ao ser que, por desdobramento, poderá contaminar a atuação, os processos e produtos dessas/es jovens que, por consequência, respeitarão a dignidade, o papel e o valor de cada um na natureza”, afirma Mariana.
Em Salvador, Círculo de Cura Coletiva tem programação com base em um diálogo intergeracional e estruturado por 4 módulos: 1) Reconhecimento da desumanização que o corrente sistema impõe em seus processos e relações; 2) Reafirmar nosso senso de dignidade e completude; 3) Aprofundar os laços intercomunitários e fortalecer a conectividade; e 4) Vislumbrar novas estruturas sociais e emocionais para futuros melhores.