A nossa luta é para que o Estado brasileiro pague sua dívida histórica com a população negra. Seja na saúde, educação, mercado de trabalho, segurança, moradia, mídia e tantos outros setores, nós não recuaremos até que tenhamos equidade e condições paritárias em nossa sociedade.
Nesta busca, nos deparamos com argumentos e atitudes que tentam nos impedir. Quando ouvímos os discursos reacionários e contrários à adoção das ações afirmativas e cotas raciais, que dizem que estas medidas compensatórias vão acirrar as questões etnicorraciais nas universidades brasileiras, nós, do movimento negro entendemos o recado.
Estava explícito que queriam nos manter exclusivamente como objetos de seus estudos. Estava escancarado em suas "caras pálidas" o discurso epistemicida. Estava, mais do que nunca, revelada a vontade em manter privilégios historicamente "herdados" e constituídos.
Ao perceber que um estudante da Universidade Federal do Recôncavo Baiano - UFRB, nega-se à transmissão de conhecimento por parte de uma professora negra, estes e outros discursos são ali representados e vem à tona.
Ele não negou somente receber um papel, uma prova, um texto..... tal atitude é uma tentativa de desqualificar a capacidade intelectual do povo negro como produtor e transmissor de conhecimento.
Nós não vamos nos calar. O acirramento será no campo das ideias, construiremos a nossa versão sobre a história que vocês criaram para nós ninar. Cientes de que a universidade deve tornar-se um espaço democrático a ser ocupado, o Instituto Steve Biko se solidariza com a professora Isabel Reis e com todxs que estão nesta luta diária frente ao que está posto.
De olhos bem abertos e com os pés bem firmes não arredaremos nem um passo.
"Sozinhxs somos fortes e juntxs somos inquebráveis."
O Instituto Steve Biko se solidariza com a professora Isabel Reis.
Conheça o caso:
Aluno da UFRB é acusado de racismo após recusar receber material da mão de professora negra