Para que possamos entender o tamanho do problema, o primeiro passo é compreender que a região nordeste corresponde a cerca de 19% do território nacional, distribuídos em nove estados e com uma população estimada em 53 milhões habitantes, a segunda mais populosa do território brasileiro. Etnicamente, a população nordestina é composta por, aproximadamente, 70,5% de negros (pardos e pardos), 29%, de brancos e 0,5% de indígenas.
No que se refere ao turismo, a região nordeste é o destino preferencial da maioria dos turistas nacionais e de parcela considerável dos turistas internacionais que visitam o Brasil. A região nordeste ocupa a maior costa litorânea do país e tem como uma de suas subdivisões a zona da mata, que compreende uma faixa litorânea entre os estados Rio Grande do Norte e Bahia. Neste último, encontra-se a primeira capital do país e uma das três maiores, dente as capitais: Salvador.
O vazamento de óleo, que inicialmente atinge as nossas praias nordestinas, deixa-nos em estado de alerta. Bastante preocupadxs, acompanhamos as imagens que vem se alastrando por todo litoral. Para além da composição e da origem desse material coletado, sabemos os impactos negativos na saúde, lazer e na economia da região e do país. Nós não conseguimos dados sobre a área atingida, pois, a todo momento, as informações são atualizadas com novas praias inundadas pelo óleo.
De onde vem e para onde vai todo esse óleo que causa tanta destruição? Precisamos de respostas rápidas, não só para saber a origem, mas para evitar o “vazamento”. Não vamos na onda das teorias conspiratórias, precisamos de ações eficazes. Sem improvisos, as ações devem ser contundentes e proporcionais ao tamanho do problema e à importância da área atingida.
Precisamos defender o território brasileiro desse “desastre”. Omissões e reações tardias só prejudicam a região nordeste. Há muita coisa a ser feita! As Ongs’s e voluntários têm feito um papel importantíssimo e sabemos que não são as principais responsáveis pela retirada do material encontrado nas praias. É um vazamento de ódio, incompetência e despreparo daqueles que deveriam prevenir e agir para minimizar e estancar toda essa “sangria”.
Exigimos respeito e ações para estancar essa sangria. Sabemos que o povo nordestino é um povo lutador. Limparemos nossas praias e, como disse Steve Biko, sempre estivemos: “por nossa própria conta.”