Ana Quézia & Bruno: bikud@s aprendendo a ler pra ensinar aos camaradas

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Ana Quézia & Bruno: bikud@s aprendendo a ler pra ensinar aos camaradas
Ana Quésia

Ana Quézia & Bruno: bikud@s aprendendo a ler pra ensinar aos camaradas


Quem estuda na Biko sabe que não passará apenas como mais um estudante em busca de uma vaga na Universidade. Sairá de lá um negro, uma negra convicta de que seu lugar é onde quiser e o retorno à base será uma meta. Assim também vem sendo com a estudante Ana Quézia de Souza, de 30 anos.

Essa é a segunda vez que ela está na Biko e a meta é a mesma: estudar Letras Vernáculas. Pra ela, ser bikuda é estar no lugar mais inclusivo pelo qual ela já passou. “Quando vim em 2016, tinha muitas limitações além das sociais e raciais. Não me sentia abraçada em nenhum lugar, mas aqui as pessoas se preocupam com nossa humanidade”, diz Ana Quézia.

Na Biko ela aprendeu sua história. “Não sabia minhas origens, aqui aprendi a literatura negra e a história do nosso povo. Sempre pensei em ser professora, mas aqui sinto vontade também de levar algo para os meus, contribuir com a disseminação dos nossos autores”. Ana Quézia mora em São Caetano.

“Na minha comunidade tem saraus, escolas comunitárias. Lá penso em trabalhar levando nossa literatura para os mais jovens, fazendo por eles o que a Biko fez por mim”, diz a estudante.

Bruno Purificação – a consciência de si e do mundo!

Bruno não sabia muito bem o que seguir, onde estudar, o que fazer com sua vontade de aprender, de ser estudante universitário, mas desde o início a relação coma a Biko sempre foi afetiva. Pra ele, a consciência racial foi revelada na Sala 2 do Instituto, onde são realizadas diariamente as aulas do pré-vestibular: “Nas aulas venho aprendendo como a sociedade funciona em relação à negritude, sobre colorismo, coisas que na escola pública nós não falamos. Ser bikudo é saber ter cidadania, aprender a transformar e se transformar”, diz Bruno.

 

 

Se antes ele não sabia para onde ir, hoje ele já tem duas opções definidas: na área de Linguagens, com Letras Vernáculas, ou na área de Humanas, com Ciências Sociais. “A Biko iluminou minhas escolhas. Já havia feito testes vocacionais antes, mas tudo muito nebuloso. Quando você tem acesso a psicólogos, assistentes sociais, como temos aqui, tudo se torna mais fácil pra podermos escolher nosso caminho”, enfatiza.

E como a Biko tem influenciado Bruno? Na decisão de levar adiante o que em sala vem recebendo. “A Biko me dá um repertório enorme quanto às nossas referências. A partir disso, consigo construir uma base pra produzir conteúdos pra essa cidadania negra”, diz.

Bruno tem seis irmãos, duas irmãs estão na Universidade Pública, ele será o terceiro da família a garantir esse lugar. “E é com esse afeto, com esse cuidado que todos aqui tem conosco, que hoje eu posso aprender sobre mim, sobre nós e seguir”, diz agradecido.

Por Bruno, Ana Quézia e tod@s bikud@s que nos orgulham todos os dias que dizemos: AVANTE!

 



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