Jéssica Magalhães, uma bikuda na Geografia com superação e consciência negra

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Jéssica Magalhães, uma bikuda na Geografia com superação e consciência negra

Jéssica Magalhães, uma bikuda na Geografia com superação e consciência negra


Para Jéssica Magalhães, de 30 anos, a Biko tem sido uma oportunidade de resgatar na vida o sentido que se enfraqueceu ao longo de seu tratamento contra o câncer de mama. Há um ano esse autocuidado ganhou a pedagogia da conscientização como aliada. Estudante do pré-vestibular pela primeira vez, Jessica sabe bem o que quer. “Uma amiga me dizia que tinha estudado em uma instituição que foi o divisor de águas na vida dela. Daí eu falei - então quero esse divisor pra mim também - , frisa a estudante.

E está tendo. Pra quem não achava possível entrar na Faculdade, hoje é mais que possível – é uma realidade. “Quando fiquei doente vi uma imensidão em minha frente, diversas possibilidades e eu sempre quis ser professora”, fala Jessica que tem a certeza à frente: Quer estudar Geografia na UFBA. Em casa, ela é a primeira a tentar o Ensino Superior, a referência que tem é apenas uma prima, que hoje cursa a UNEB.

“A Biko nos fortalece, e quando pensamos que não temos chance ela vem e diz que podemos, que somos merecedores. Me sinto muito fortalecida quando estou aqui, eles nos acolhem de forma muito amorosa. Desde Bigode, quando você chega cansada nas escadas, até as psicólogas, todos nos encorajam”, diz Jessica, que mora em Boa Vista do Lobato e, para quem, racismo não era algo muito presente em sua vida.

“Não tinha consciência de era uma mulher negra, era muito retraída, não me sentia tocada pelo racismo. Aqui a gente acorda e vê o quanto ele nos atinge, principalmente pelas aulas de CCN, das quais já sinto muitas saudades. É uma disciplina que nos fortalece de dentro pra fora”, diz.

A Jéssica, formada em Geografia, já tem uma meta: melhorar sua comunidade. “Bikudo tem que transmitir o que aprende, isso aprendemos aqui. Nosso bairro é muito carente de uma série de coisas e pretendo buscar isso. Minha comunidade vai ficar muito feliz, com certeza. Participo de associação de bairro, hoje mais ainda. A gente se vê melhorando e melhorando a vida das pessoas”, conclui a jovem estudante.

Por Jéssica e por todos nossos jovens, dizemos: AVANTE!



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