Biko & Brazil Cultural: pontes mundo afora

Biko & Brazil Cultural: pontes mundo afora

Biko & Brazil Cultural: pontes mundo afora


"Race, Inequality, and Power" – “Raça, Desigualdade e Poder”. Este é o nome do programa de organizado pela Brazil Cultural na Bahia e dirigido pela professora Dra. Rosana Resende, do Centro de Estudos Latinoamericanos da Universidade da Flórida (EUA). Em parceria com a Biko, o programa chegou aos estudantes do pré-vestibular da turma Teresa de Benguela que, atualmente, se preparam para alcançar o Ensino Superior.

O objetivo da Brazil Cultural é criar programas de conteúdo acadêmico para Universidades e Escolas norte-americanas, interessadas no Brasil. Nos últimos 13 anos, a Brazil já trouxe mais de 60 programas acadêmicos – cursos de Português, Cultura Brasileira e Afrobrasileira, Biologia, dentre outras disciplinas. “Acho importante promover um impacto educativo, contribuir com a justiça social e com a luta contra as desigualdades e o racismo. Começamos com a Biko em 2010, e temos proporcionado uma experiência que abre portas, ajuda em sua formação e profissionalização, é uma oportunidade deles estudarem no exterior sem sair do país, a partir destas trocas”, diz Javier Escudero, da Brazil Cultural, parceiro da Biko há oito anos.

“Foi na Biko que pude desenvolver o inglês, por meio das visitas de estudantes estrangeiros, perdi a vergonha, pude praticar mais, aprender mais e ensinar também. Pois todos os encontros são cheios de trocas. Durantes as atividades na Biko, conheci outras pessoas muito essenciais na minha vida que trabalham com intercâmbio, e venho trabalhando com eles desde então. É um trabalho que me dar prazer e que me ensina muito. Eu tenho a oportunidade de desconstruir estereótipos sobre os estrangeiros e ajudá-los a desconstruir os deles sobre o Brasil”, diz a estudante Vitória Lane.

 

 

As trocas são a essência dos intercâmbios proporcionados pela Biko, uma forma dos bikudos se identificarem com estudantes negros de outras localidades no mundo. Em comum, suas ancestralidades, suas lutas diárias por afirmação e ascensão social. Para a diretora executiva do instituto Steve Biko, Jucy Silva, o intercâmbio e as parcerias são uma ferramenta indispensável. “Queremos que nossos jovens tenham acesso ao mundo. Nosso lema é coisa de preto do Brasil para o mundo, então é o que pautamos com estas parcerias. Trazer o mundo para nossos estudantes e levá-los além”, diz.

“Foi bastante enriquecedor pra mim, pois não tive apenas a oportunidade de aplicar o inglês, mas a troca de cultura, pois são alunos de Faculdades negras norte-americanas. Nós compartilhamos de muitas experiências negativas e positivas, isso me deixa mais confiante e confortável. Empoderamento é a palavra que posso dizer quando me reconheço enquanto mulher negra falando inglês. Estamos sempre sendo questionadas quanto a nossa capacidade de sermos eficientes e essa experiência só fortalece minha identidade e capacidade”, diz a estudante, Tatiana Damasceno.

 

 

Para a professora Dra. Rosana Resende, a parceria da Brazil Cultural com a Biko é mutuamente benéfica. “Podemos vincular alunos de Salvador a alunos estrangeiros, com o intuito de expor estes últimos à realidade da juventude negra do Brasil. Para mim, como professora universitária no exterior, sou grata à Biko por esta ponte, sinto que meus alunos podem expandir sua visão e ouvir experiência de pessoas de sua idade. Assim fica muito mais explícito para eles do que ouvir isso dentro de sala de aula. Acredito que abrindo minhas aulas e incentivando conexões entre meus alunos e a Biko, também possamos contribuir, expondo os alunos da Biko a mais inglês”, enfatizou Rosana.



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