Eles serão os mais novos universitários da Universidade Federal do Recôncavo Baiano – a UFRB. São sete bikud@s, estudantes da atual turma do Pré-Vestibular, que leva o nome da inspiradora Teresa de Benguela. Recém aprovados no vestibular da instituição, os estudantes levarão para o Recôncavo o legado da Biko em suas atitudes, conhecimentos e, mais especialmente, na peculiar determinação de quem já passou pelo Instituto.
Evelyn Marie é uma destas conquistas. Aprovada no Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Ambientais, Evelyn escolheu a área por conta de sua afinidade com questões de sustentabilidade, além de estar sempre focada em encontrar formas de proteger o meio ambiente. Ela já tenta ingressar uma Universidade pública há três anos, já foi aluna do projeto Oguntec, e sobre a Biko nesta conquista, ela é categórica:
“A Biko é um fator determinante para o meu aprendizado, para o conhecimento das minhas habilidades e meu empoderamento. Quero passar o aprendizado de luta da população negra aos outros que ainda não conseguiram realizar esse sonho, levando a Biko para todos os locais. Foi na Biko que tive uma educação sistemática, política, étnico racial e meu fortalecimento psicológico”, pontua a bikuda.
Aprovada em no Bacharelado Interdisciplinar em Linguagens, Culturas e Tecnologias Aplicadas, Ana Beatriz Silva (foto acima), de 17 anos, passou de primeira. “Tenho interesse de saber mais sobre minha ancestralidade, poderei desenvolver coisas neste curso que foram explicadas nas aulas de CCN (Cidadania e Consciência Negra). Pretendo ser uma chefa renomada, que tenha sempre a Biko como minha principal anfitriã para tal conquista”, diz orgulhosa.
A trajetória até chegar aqui também foi longa para Líslia Ludmila (foto ao lado), que já fez Enem três vezes, mas na Biko apenas este ano. Ela será aluna do BI em Ciências Exatas e Tecnológicas, “uma área que temos o costume de achar que não temos capacidade para esta área. Seu foco: Engenharia. “Quero levar de volta, tanto como bikuda, como mulher preta. Quando alcançamos esta graduação, a gente leva todos que não estiveram lá. O que eu aprender, trarei esta devolutiva. Sempre entendi meu papel, mais questionadora e a Biko só deixou esta minha responsabilidade mais exposta pra mim”, enfatiza Líslia.
Eddy, de 19 anos, passou no mesmo BI e tenta há um ano entrar nesta nova realidade. “Se não fossem os professores, não conseguiria. Isso não é uma vitória só minha, mas da instituição também. Eles me formaram, não só para acessar a Universidade, mas a minha ancestralidade como homem negro. A maior arma que temos pra mudar é o conhecimento, então com isso acho que serei um ótimo profissional e poderei ajudar mais pessoas como eu – oriundas de escolas públicas, pra multiplicar esse conhecimento. Ser cria da Biko é promover pro jovem negro uma perspectiva de oportunidades de ascensão dentro de uma sociedade preconceituosa”, afirma seguro o futuro universitário Edgleison Costa Silva (foto abaixo).
Além destes bikud@s, passaram também os estudantes, Rafael Matheus Silva, Reginaldo dos Santos, Beatriz de Almeida e Evelyn Osvaldo.
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