Àlex Ìgbó: um artista bikudo no mundo!

Àlex Ìgbó: um artista bikudo no mundo!

Àlex Ìgbó: um artista bikudo no mundo!


Ele passou pela Sala 2, integrou a turma de 2010 do Pré-Vestibular da Biko e carrega em sua arte a marca da CCN – Cidadania e Consciência Negra, a transformação interna enquanto negro. 

Àlex Ìgbó é bikudo e está em Los Angeles (EUA) participando da exposição "Axé Bahia: The Power of Art in an Afro-Brazilian Metropolis", que ficará em cartaz até o dia 15 de abril de 2018, no Fowler Museu da Universidade da Califórnia.

Uma vez lá, Ìgbó também passou pela Pitzer, Universidade na Califórnia que, recentemente, fez Intercâmbio com a Biko, no qual sete alunos conviveram com a instituição pelo período de 2 meses. 

"Mais um contato com um dos frutos do Instituto Steve Biko, nosso parceiro no programa de Português aqui e de study abroad em Salvador. Conhecer o trabalho do Alex, o sucesso que ele já fez como artista urbano e educador, fez com que os alunos pudessem entender a importância do trabalho de empoderamento que o Instituto faz. Temos muita sorte de contar com um parceiro como o Instituo, com um trabalho que tem tudo a ver com a missão do Pitzer college de promover a justiça social e o diálogo intercultural", enfatiza Juanita Aristizabal, professora de Estudos Latino-Americanos, Espanhol e Português da Pitzer College.

 

      

 

Para Alex, estar na exposição na Pitzer, e ter sua arte divulgada no mundo são fruto de um ensinamento que ele carregará para sempre: “Na Biko aprendi que viemos de uma ancestralidade de reis e rainhas, que somos bonitos. Aprendi a ver meu valor, que eu sou capaz”, diz.  

“Quando a sua Arte é valorizada, consequentemente o artista é valorizado.”

A exposição explora o papel cultural da cidade de Salvador, centro internacionalmente renomado da cultura afro-brasileira, importante centro de práticas artísticas de inspiração africana na América Latina. 

A "Axé Bahia: The Power of Art in an Afro-Brazilian Metropolis", é a apresentação mais abrangente das artes baianas nos EUA e apresenta o trabalho de modernistas como Mário Cravo Neto, Rubem Valentim e Pierre Verger, bem como os artistas contemporâneos Rommulo Vieira Conceição, Caetano Dias, Helemozão, Ayrson Heráclito e Àlex Ìgbó , dentre outros.

Em sua arte, Alex desconstrói a simbologia construída a partir de uma única ótica: a eurocêntrica, ocidental, cristã. 

“Esta foi toda nossa história contada nos livros, pela TV, pelos filmes. Essa ótica única enterrou várias outras culturas, como a africana, a latina, a ameríndia. Meu trabalho se propõe a desconstruir e resgatar essa cultura, a africana em especial. A minha arte não é ocidental, ela carrega a cosmovisão africana e a indígena. Tento nos reconectar com a natureza, pois perdemos este elo com nós mesmos. Meu trabalho propõe quebrar estas simbologias e resgatar nossa história, o que somos”, define o artista que apresentou seu trabalho também a alunos da Pitzer.

 

Ele lembra como tudo começou: “Em 2011, entrei na Licenciatura e, Artes da UFBA e esta base da Biko me ajudou não só a entrar, mas também a me assegurar na Universidade, um local elitista, feito pra selecionar quem tem acesso ao conhecimento. A Biko me possibilitou permanecer na Universidade e também em todos os locais da sociedade, onde não nos enxergam”, enfatiza Ìgbó.

Quando é lembrado dos 25 anos que o Instituto Steve Biko comemora este ano, Alex é certeiro: “luta, sabedoria e força". 

Para ele, a Biko é uma vitória que precisa ser festejada a cada momento. “É uma satisfação pra nós ver muitas pessoas que passaram por lá e que hoje são doutores e doutoras, Phds, estão em cargos importantes. A gente sabe quão difícil é manter uma instituição com este cunho no Brasil, em Salvador. Um país que se diz racialmente democrático, mas que é um pais racista. Manter um projeto deste é muita batalha”, frisou Alex.  

 

 

 

 

 

 

 

 

Na Pitzer College, Àlex deu uma palestra aberta à comunidade acadêmica intitulada “Arte Negra: Black Street Art in Bahia” e também foi convidado à aula de Introdução aos Estudos Culturais da América Latina pelo professor Salvador Velazco, no Claremont McKenna College. Lá, encontrou com membros do corpo docente e discente do Claremont Colleges Consortium, todos interessados no seu trabalho artístico no contexto brasileiro.



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