A Biko chegava lá pelos fins dos anos 80, década em que efervesciam as lutas afirmativas pelo mundo. A Diáspora Negra eclodia em movimentações em prol da ascenção de uma cidadania pautada na consciência do ser negro.
O intercâmbio racial entre Brasil-EUA, por exemplo, era o foco de comunidades negras, em especial de Universidades de lá. Entre a Biko e este público, uma parceira que já trouxe de lá pra cá mais de mil pessoas. Grupos de turistas que, segundo ela, acabaram voltando com outros grupos – contribuindo para tornar a Biko um Instituto educacional reconhecido no campo das ações afirmativas aqui e além.
Ela é Paula Santos, jornalista, que desde a década de 80 atua com um Turismo diferenciado: um turismo socialmente engajado. Ligado aos grupos de base comunitária, um turismo que evidenciasse o protagonismo destes grupos em suas localidades. Paula é intérprete, trabalha com grupos afroamericanos e já trouxe diversos grupos – tanto de turistas como de estudantes, professores, militantes – para conhecerem a experiência da Biko. "A parceria com Paula nos possibilitou - e ainda possibilita - construir e manter um importante elo diásporico que nos viabiliza a troca de experiências e um intercâmbio cultural rico", afirma Jucy Silva, diretora executiva da Biko.
“É importante conhecermos estas experiências da Diáspora, para ambos os lados. Que eles entendam onde cada um pode se ajudar, compartilhar, se solidarizar. Ver as semelhanças, as diferenças, aprender um com o outro. Estas visitas pra Biko são como pontes que se constroem entre as experiências brasileiras e as americanas” - Paula Santos.
Para Paula, que trabalha com diversos grupos que atuam nos campos da Religião, da Música, e da Educação, o Instituto Steve Biko é um dos projetos mais consistentes. “Uma instituição pode fazer uma diferença tremenda na vida de uma pessoa, pode te salvar – literalmente -, levar você por caminhos que não estavam reservados pra você. Isso faz com que o que você poderia almejar na vida, mude. Seus sonhos, perspectivas”, afirma.
“Visitar a Biko me renova a certeza de que este trabalho faz uma tremenda diferença na vida destes jovens e adultos que - não sé entram na Universidade – mas que mudam completamente suas visões de mundo, de quais são seus lugares. É isso o que mais me entusiasma sobre o trabalho que a Biko desenvolve. Me dá alegria poder fazer isso repetidamente, me anima falar da Biko e mostrar o que ela faz nestes 25 anos” – Paula Santos
