Quantas mortes a mais de jovens negros serão toleradas na democracia? 

Quantas mortes a mais de jovens negros serão toleradas na democracia? 

Quantas mortes a mais de jovens negros serão toleradas na democracia? 

Por Michel Chagas

A população negra vem sendo vítima das piores violências e negação de direitos em todas as partes. Destaco o mais essencial de todos, o direito de viver. É chegada a hora de responder à seguinte questão:  quantas mortes de mais jovens negros serão toleradas na democracia?

A imagem do policial branco sufocando o homem negro, George Floyd, em Minnesota, é estarrecedor e revoltante. George, desarmado, foi algemado e estrangulado pelo policial que, usando o joelho, o sufocou até a perda dos sentidos. Levado ao hospital, George não resistiu.

Essa barbárie não é de um cenário de guerra e não é um episódio do apartheid na África do Sul. É mais um caso de genocídio da população negra em curso, em pleno século XXI, na dita “maior democracia do mundo”, Estados Unidos.

É preciso acrescentar que este não é um caso isolado. Lembremos de Eric Garner, em 2014, no estado de New York, que também foi sufocado até a morte por um policial branco. Assim como George, ele também sussurrava, “I can´t breathe” (Não consigo respirar). 

Na República Democrática do Brasil não é diferente. A constituição, as garantias legais, os códigos e protocolos policiais estão à disposição de poucos. O jovem negro continua sendo o alvo preferencial da ação e omissão do Estado. Até as “balas perdidas” alcançam preferencialmente os corpos negros. Na semana passada, no contexto de superação das adversidades causadas pela pandemia de COVID-19, fomos paralelamente golpeados com a morte de João Pedro, jovem negro de 14 anos, vítima da ação policial do estado do Rio de Janeiro. Ainda lamentamos a perda do menino Joel, um jovem negro também de 14 anos, capoeirista, vítima da ação policial do estado da Bahia em 2010.

 

A população negra no Brasil e nos Estados Unidos choram pelos seus e continuam lutando por justiça, direito de viver e garantia de uma vida segura. A resistência segue na cidade de Minneapolis, assim como seguimos lutamos de todas as partes. Black lives matter; I can´t breathe; Hands Up! Don´t shoot!; This is why we cant standy al; Black Berner Coalition; Ya me canse; Reaja ou será mort@; Juventude negra viva e orgulhosa; Cadê o Amarildo?; Quem mandou matar Marielle?; Potencias negras; Memória tem cor; Coalizao negra; dentre outras expressões singulares, coletivas, organizadas ou não. Seguimos firme na missão de nos mantermos vivos!

BlackLivesMatter ICantBreathe HandsUpDontShoot ReajaouSeráMort@ JuventudeNegraVivaeOrgulhosa YaMeCansé

Michel Chagas é militante do movimento negro, membro do Instituto Steve Biko. É especialista em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre em Políticas de Desenvolvimento Internacional pela Universidade Duke. / michelchagas@gmail.com

 

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