Oguntec - Biko debate "Inovação da mobilidade urbana para a inclusão racial e de gênero"

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Oguntec - Biko debate

Oguntec - Biko debate "Inovação da mobilidade urbana para a inclusão racial e de gênero"


AMPT - Acessibilidade Melhor para Todos. Este é o nome do aplicativo para celular que vai utilizar o Geoprocessamento como referência tecnológica pra servir à comunidade do Garcia, em Salvador. A tecnologia permitirá que sejam anexados dados a pontos e localidades, associando informações a um determinado local. Este é mais um resultado da turma de 2018 do Programa Oguntec, do Instituto Steve Biko. Um programa voltado há mais de 15 anos para a aproximação de jovens negr@s das Ciências e Tecnologias. 

A ideia surgiu em meio às aulas em 2017-2018, na 16ª turma do Programa, que contou com grupos de estudantes voltados a outros temas também, chamados Desafios, como Desafio de Resíduos Sólidos, Desafio de Memória, Desafio de Reuso da Água e Desafio Energia Solar. O de Acessibilidade contou com a tutoria do estudante de  Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Bahia, uma das parceiras do Programa, Igor Bunchaft. Após a formulação do projeto do aplicativo pelos estudantes, o grupo passou a contar também a tutoria em Programação, com o doutorando em Robótica Ramon Fernandes, e em Design, com a comunicadora Mariana de Paula.

Falta de rampas, calçadas inadequadas, portas estreitas são alguns dos obstáculos que o APP pretende mapear, informar e intervir, na comunidade do Garcia e além. Com inclusão digital, acesso a tecnologias móveis, o grupo deste Desafio foi longe: ganhou recursos financeiros em edital do Fundo Socioambiental Casa - uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que financia pequenos projetos, e fortalecimento de capacidades, para iniciativas socioambientais de ONGs e grupos comunitários na América do Sul; e agora integrará o Circuito Urbano 2019, organizado pelo ONU-Habitat no Brasil.

O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) estabeleceu-se em 1978, como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos (Habitat I). Em 2019, se inicia com o Dia Mundial do Habitat, no dia 7 de outubro, com o tema “Tecnologias de ponta como ferramentas inovadoras para transformar resíduos em riqueza”, e se encerra com o Dia Mundial das Cidades, celebrado em 31 de outubro, que abordará o tema “Mudando o mundo: inovações e uma vida melhor para as gerações futuras”.

Neste Circuito Urbano 2019, a Biko, por meio do Desafio Acessibilidade do Programa Oguntec, realizará, no dia 23 de outubro (quarta-feira), às 18h, no Centro Educacional Edgard Santos (Garcia), onde tudo começou, a Aula aberta do Programa OGUNTEC "Inovação da mobilidade urbana para a inclusão racial e de gênero". 

 

Foto de Joá Souza (Ag. A Tarde)

 

Oguntec no Mundo 

Integrando o projeto da ONU, nesta Aula Aberta serão apresentados os resultados do "Projeto-piloto do aplicativo AMPT Acessibilidade Melhor Para Todos", além de um debate sobre a cidade e a mobilidade urbana. Ambos sob uma perspectiva da inclusão racial e de gênero, a partir da experiência de projetos de inovação e empreendedorismo social desenvolvidos pela sociedade civil na cidade de Salvador. "Entre 2017, 2018 os alunos receberam formação em Cidadania e Consciência Negra e temas de inovação e empreendedorismo, como modelagem de negócios, captação de recursos, divulgação de negócios, negócio legal e gestão financeira, e foram desafiados a elaborar um projeto em que tivessem atuação protagonista no desenvolvimento socioeconômico sustentável de sua comunidade", aponta Igor Bunchaft.

Ainda hoje os encontros se realizam no Edgard Santos, para concluir os trabalhos. "Neste ano de 2019, foi reativado o Laboratório de Informática da escola, após 5 anos fechado, e os estudantes vêm recebendo formação em Acessibilidade, Design e Programação para a execução do projeto", complementa. 

"Assim que demos início a nossa criação, passamos por uma fase com bastante dificuldade mas, mesmo assim, fomos à luta e construímos muitas ideias para tornar o nosso app bem acessível. Graças aos nossos tutores, tivemos uma oportunidade maior para fazer do jeito certo, com recursos. Digo hoje que nosso aplicativo é resultado do que colhemos, foi com muito estudo que conquistamos uma boa parte da nossa ideia", diz o estudante do Desafio, Sidnei Oliveira.

“Como a inovação pode aprimorar serviços e políticas urbanas de maneira inclusiva e sustentável?” 

Esta é uma das perguntas do evento Circuito Urbano 2019. "Apresentar o App AMPT,  resultado de um projeto desenvolvido a partir da metodologia OGUNTEC, do Instituto Cultural Steve Biko, que conjuga formação e atuação protagonista de jovens negros e negras para a resolução dos problemas de sua comunidade é mostrar uma perspectiva integrada para resolução da problemática urbana somada à inclusão socioprodutiva da população negra", diz Igor.

"Tive a visão bem ampliada quanto à Acessibilidade, porque até então, antes de conhecer o projeto, não ligava, porque não tinha que lidar com os problemas; nós só costumamos ligar pra algo, quando dói na nossa pele. Pude aprender programação, geoprocessamento e design, cada noite que nos reunimos, saímos transbordantes de conhecimentos", pontua a estudante Isabella de Souza Santos. 

O APP AMPT - Acessibilidade Melhor para Todos - fruto do Programa Oguntec - do Instituto Steve Biko conta com o patrocínio da Dow Química e do Fundo Socioambiental - Casa e apoio da UFBA, FAZ+Garcia, Centro Educacional Edgard Santos. 

 

Circuito Urbano 2019 no Brasil

 

Os eventos devem ocorrer no mês de outubro de 2019 em cidades de todo o Brasil e abordar como o tipo de inovação selecionado (políticas públicas, governança, social, tecnológica e econômica/financeira) contribui para o aprimoramento de algum serviço e/ou política urbana (água, esgoto e drenagem, resíduos, energia, mobilidade e transportes, moradia adequada, espaços públicos, segurança urbana, cultura, inclusão digital e TICs, trabalho e emprego decentes, educação, saúde e bem-estar, meio ambiente, alimentação urbana e produção e consumo sustentáveis).

A inovação deve contribuir para o alcance dos ODS e a implementação da Nova Agenda Urbana, de modo a garantir a igualdade, a inclusão, a resiliência, a sustentabilidade e o acesso aos serviços urbanos para todos e todas.



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