O Instituto Steve Biko, além de preparar seus jovens estudantes para o Ensino Superior, também auxilia sua formação enquanto indivíduos negros na sociedade. Para isso, a Biko conta com o Nudep – Núcleo de Desenvolvimento de Pessoas, que a partir da atuação de sua Psicóloga, Cristiane Furtado e das Assistentes Sociais, Juliana Marta e Heide Damasceno, presta atendimentos e realiza ações nas áreas não somente para os estudantes, como para professores e funcionários.
É uma atuação global – que vai desde atividades em sala – em conjunto com a disciplina Cidadania e Consciência Negra (CCN) e em atividades comemorativas, a atendimentos e acompanhamentos individuais ou em grupo durante todo o ano. “A Biko vai além do ensino formal, apresenta-lhes a história de luta do povo negro e de invisibilidade da nossa potência e história. Isso impacta diretamente nas nossas possibilidades sociais, acadêmicas e profissionais, além de compreender as dificuldades e barreiras que eles enfrentaram para vivenciar a vida universitária e profissional”, diz Juliana Marta, que iniciou na Biko como estagiária em 2002 e está como , assistente social desde 2015.
“A Biko dispõe, inevitavelmente, de jovens com perfil e demandas diferenciadas, pois seu contexto sócio histórico perpassa pelo fenômeno do racismo e da discriminação. Nesse sentido, ter um serviço de Psicologia é demonstrar comprometimento com as demandas do sujeito contemporâneo, inserido em uma sociedade pautada em fenômenos de desigualdade de raça, gênero e classe social “- Cristiane Furtado, Psicóloga
Esta realidade, enfrentada pelos alunos da Biko – jovens negros e negras oriundos da rede pública de ensino – é pauta de todas as aulas de forma transversal, além da CCN. “O desafio para o profissional de Psicologia é ir além das demandas objetivas no que tange à inserção desses jovens na Universidade, e olhá-los como sujeitos com demandas que vão além dos aspectos cognitivos, abrangendo também os aspectos emocionais e subjetivos; é encontrar produções acadêmicas, ênfase teórica e técnicas terapêuticas voltadas para esse público, fazendo com que muitas vezes o profissional tenha que adaptar técnicas e abordagens às dimensões subjetivas e simbólicas como a discriminação racial e social e seus efeitos nocivos”, diz Cristiane Furtado, psicóloga que começou na Biko em 2017.
As demandas são muitas: pressão por bons resultados no Enem, a correria do dia a dia, ansiedade, estresse e depressão, dentre as queixas mais recorrentes. E como eles são ajudados? Com aconselhamento, orientação, mediação de conflitos familiares e sociais e planejamento de carreira através de oficinas, aulas, testes e atendimento em grupo ou individual. (Veja aqui!)
O Nudep começou a ser desenvolvido com a primeira Diretora de Ação Social da Biko, Márcia Correia, em 1993, continuado pela assistente social, Carmem Flores em 1996, cargo que ocupou por 10 anos no Instituto (Conheça sua história). E qual o resultado desta atuação global, unindo a Psicologia e a Assistência Social?
“A contribuição com a promoção da saúde mental dos estudantes, bem como a colaboração da formação crítica subjetiva enquanto sujeitos inseridos em um contexto social constituído por fenômenos de dimensões excludente e desigual” – Cristiane Furtado.