Programa de Intercâmbio 2018 traz alunos da Wheelock College (EUA) para Instituto Steve Biko

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Programa de Intercâmbio 2018 traz alunos da Wheelock College (EUA) para Instituto Steve Biko

Programa de Intercâmbio 2018 traz alunos da Wheelock College (EUA) para Instituto Steve Biko


Dando início ao Programa de Intercâmbio 2018, o Instituto Steve Biko recebeu nesta terça-feira (22) oito estudantes e dois professores da Wheelock College, de Boston (EUA). Na ocasião, o gestor administrativo da Biko, George Oliveira, apresentou os 26 anos de história da Biko, os projetos e as conquistas da instituição, além de falar sobre o sistema de ensino brasileiro para contextualizar a importância dos projetos da instituição.

Os professores da Wheelock, a norteamericana Joyce Hope Scott e o ganense Daniel Okyere Owusu, oito estudantes, e mais uma professora brasileira que mora em Boston e está auxiliando a comunicação entre as instituições, Andrea Lisboa, chegaram ao Brasil na segunda-feira (21) e ficarão até 30 de maio. Nesse período, os estudantes universitários da Wheelock promoverão um Curso de Mídias Digitais para 15 estudantes da Biko, durante três dias, como contrapartida do Intercâmbio. Além disso, a instituição vai doar para a Biko equipamentos tecnológicos para darem continuidade ao programa.    

Para atender aos estudantes e professores, a equipe do Instituto Steve Biko preparou um cronograma de atividades extenso para que os intercambistas aproveitem e conheçam locais e atividades características da cultura afro na Bahia. A programação inclui visitas a Terreiros de Candomblé, aula de capoeira e passeios na Ribeira, Rio Vermelho e Centro Histórico de Salvador, sempre passando por museus e instituições que ajudam a contar a história e presença negra no estado.

A programação é extensa e inclui também visitas a outras cidades emblemáticas como Cachoeira, no recôncavo baiano, Feira de Santana e o Quilombo Matarandiba, em Vera Cruz (Ilha de Itaparica).

Educação

O gestor administrativo da Biko, George Oliveira, iniciou o encontro relatando como funciona o ensino brasileiro desde a escola fundamental até a graduação. Destacou as disparidades do ensino de escolas públicas e particulares, e as contradições existentes nesse contexto.

“As universidades públicas brasileiras têm mais prestígio por diversas questões. No entanto, a maior parte dos estudantes de universidades públicas veio de escolas particulares, receberam uma boa educação de base. Enquanto que alunos de escolas públicas utilizam programas de incentivos do governo para terem acesso a faculdades particulares e são minorias nas universidades públicas. É por isso que o pré-vestibular a Biko existe, para garantir o acesso de pessoas negras às universidades”, destacou George.

George, que já foi aluno da Biko, falou também sobre o sistema de cotas nas universidades públicas, e os programas do governo de acesso às universidades, como ENEM, SISU, PROUNI E FIES. Victória Lane, ex-aluna e colaboradora da Biko, aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da Biko em sua formação: “Tive a oportunidade de estar aqui, participar do pré-vestibular. Já tinha estudado inglês quando criança, mas só aqui adquiri confiança e prática. Hoje faço estudo Letras com Inglês na Ufba”.

A ex-aluna também ressaltou um dos diferenciais da Steve Biko, a disciplina Cidadania e Consciência Negra (CCN): “foi quando reconheci meus potenciais e me vi como uma mulher negra”.

 

História

 

 

A professora da Wheelock College, Joyce Hope Owusu, destacou uma das razões para realização do projeto: “O Brasil é como uma chave histórica que liga a América, a África e a Europa, principalmente no período de comércio de pessoas africanas. Este é o país com mais pessoas negras fora do continente africano, e essa é uma das razões deste programa estar finalmente acontecendo”. 

Joyce conta que a universidade tem como objetivo internacionalizar o currículo dos alunos. “Não é simplesmente que tenham acesso ao livro, sentem e estudem. Mais do que isso, é necessário experienciar, viajar para outros países”, conta Joyce.

Outra razão apontada pela professora é: “tenho a visão de um triângulo. Junto com o Brasil, fazem parte desse triângulo a África Ocidental, como Gana e Senegal, e os Estados Unidos. Já visitamos a África em outro intercâmbio, agora fechamos o triângulo. Nós estamos trazendo tecnologia e conhecimentos tecnológicos para que os alunos da Biko produzam os seus próprios documentários a partir de suas experiências, para que outras pessoas não contem a história por eles”.

É a primeira vez que a americana Stephanie Fabiola vem ao Brasil e está contente que tenha sido por meio de um intercâmbio: “será uma experiência muito enriquecedora para todos. As trocas culturais e históricas só tendem a nos fortalecer enquanto ser humanos”.

O programa

O Programa de Intercâmbio da Biko promove a troca de experiências entre estudantes, membros do instituto e professores com estudantes e educadores de outros países. O Instituto, em parceria com Universidades estrangeiras, realiza visitas, palestras, workshop, intercâmbio cultural e educacional, ensino de Português e outras atividades de imersão na Cultura Afrobrasileira.

“A troca cultural, as lutas histórias, o Brasil é um país muito vivo em sua história. Viemos para conhecer, trocar conhecimentos e acho que será muito bom para ambas as instituições”, contou o americano Christian Kairo.

 



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