Em parceria com a Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e Casa de Angola, o Instituto Cultural Steve Biko deu início, no mês de outubro, ao curso de extensão gratuito "Processos Educacionais e Travessias Negras" que vai capacitar e influenciar professores e estudantes a implementar nas escolas a lei nº 10.639/03, dispositivo que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação.
"A implementação da lei é essencial, apesar de não existir da maneira como a nossa luta pede que ela realmente aconteça, tem sido prazeroso oportunizar que outros professores conheçam as duas leis e possam estar reelaborando suas práticas pedagógicas em salas de aulas e em gestão nas instituições de ensino da cidade", explica Jamile Barboza, pedagoga e colaboradora da Biko destacando que as aulas também tem o foco na lei nº 11.645/08 que trata da história e cultura dos povos indígenas.
O curso de extensão de 90 horas, que é realizado também à distância, teve o segundo encontro presencial na sede da Biko e discutiu algumas possibilidades para a implementação. "Falamos sobre o currículo afrocentrado, alguns princípios para estimular o interesse em elaborar projetos e atividades pedagógicas em salas de aula a partir da perspectiva etnicorracial", conta Jamile, que juntamente com o professor de história Guimário Nascimento, apresentou teorias falando sobre a educação racista, práticas exitosas e histórias de resistências negras.
Num universo de 600 inscritos, 40 foram selecionados e de acordo com o gestor do Instituto, George Oliveira, o desejo é de ampliação. "O intuito é também utilizar esse banco de dados para futuras turmas, a ideia é que a gente consiga financiamento para realizar uma maior parte presencial e com maior duração".