Potencial e oportunidades. Essas foram as duas das principais mensagens passadas durante a aula do programa Oguntec, idealizado pelo Instituto Steve Biko, realizada na tarde no dia 05 de julho, no Colégio Estadual Francisco Pereira Franco, em Itinga, no município de Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador-Bahia. Em especial, a aula teve a presença do presidente do conselho e diretor fundador do Instituto Solea, Reinaldo Rique e dos diretores da Biko, Jucy Silva, Lázaro Cunha, da coordenadora pedagógica do Oguntec, Cristina Santos, e de Paulo Mendes, coordenador de tecnologia, além da diretora do colégio, Alzira Cristina Silva.
Durante as atividades, os estudantes tiveram aulas com os professores do Oguntec de Física, Victor Santana e de Biologia, Evelyn Fonseca que semanalmente trazem seus conhecimentos com o objetivo de preparar os estudantes para as carreiras de ciência, tecnologia e exatas em geral e, dessa forma, desmistificar a presença de jovens negros e negras de periferias nos espaços de produção científica e tecnológica.
De acordo com o diretor executivo do Steve Biko, Lázaro Cunha, o objetivo do programa é ser uma alternativa de escolha para estes jovens que, em geral, são desencorajados de seguirem carreiras científicas. “Nosso ponto central é dizer para os jovens que eles podem ser médicos, engenheiros, físicos sem que seajam desencorajados. Nós queremos proporcionar cada vez mais um ensino de qualidade, onde os jovens negros tenham oportunidades e consciência do seu papel na melhoria do nosso país”, reforçou o diretor.
Para o diretor fundador do Instituto Solea, Reinaldo Rique, que se emocionou com a visita, a criação do Instituto teve como objetivo destinar um percentual de seus próprios recursos para projetos como o Instituto Steve Biko, que tem foco na educação. “Eu fico muito feliz e emocionado em ver este projeto, pois é mais um indicativo de que devemos investir em educação. Estou feliz de estar aqui com vocês hoje”.
O programa Oguntec funciona porque há uma união: professores, estudantes, o Steve Biko e as escolas. Para a diretora do Colégio Estadual Francisco Pereira Franco, Alzira Cristina da Silva, é preciso ter um olhar diferenciado para a educação. “Temos que trazer o encantamento e, através de projetos como Oguntec, do Instituto Steve Biko, são importantes para a nossa Educação. A educação é uma coisa fantástica e ver esses meninos transcenderem e melhorarem de vida não tem preço, então acredito que todos aqui estamos fazendo a nossa parte, plantando para um país melhor, para um mundo melhor e a gente quer tanto”.
A diretora pedagógica do Instituto Steve Biko, Jucy Silva, há 25 anos como professora das redes estadual e municipal, falou da importância da união entre as instituições e nunca desistir dos sonhos de transformar a vida por meio da educação. “Eu conheço bem o pátio da escola, sei das dificuldades que a gente enfrenta, às vezes o cotidiano é duro dentro da escola. Contudo, a gente pensa em educação, a gente tem sempre que pensar em soma e multiplicação. A educação tem que ser feita com várias parcerias, ser oxigenada, trazer outras vozes, projetos e mobilizar a juventude”.
Gilmar dos Santos, 18 anos, estudante e bolsista do programa Oguntec, que foca no sonho de ingressar na faculdade de Biologia, agradeceu às instituições pelo olhar dado aos adolescentes. “A maioria das pessoas dizem que os adolescentes não querem nada, não têm futuro, mas eu quero agradecer pelo acolhimento e por pensar no nosso futuro, sou grato e creio que teremos bons frutos”.