Apresentar, discutir e problematizar a formação cidadã através da elevação da autoestima e identidade étnica, levando em consideração o contexto das exclusões de gênero, raça e outras formas de iniquidades.
Este é o objetivo da disciplina CCN – Cidadania e Consciência Negra, ministrada pela Biko desde o início de sua atuação, há 25 anos.
Um dos grandes diferenciais da Biko, a disciplina – que é dada no Pré-Vestibular, busca incentivar nos jovens o engajamento político para luta antirracista. Com isso, além de elevar a autoestima d@s cursistas, por meio da apresentação de um panorama da resistência e conquistas coletivas das populações negras no Brasil e das diásporas africanas.
Atualmente, os 70 estudantes do Cursinho Pré-Vestibular assistem às aulas de CCN às sextas-feiras, que são ministradas pelos gestores, George Oliveira, Tarry Cristina e Juliana Marta. Eles dialogam sobre projeto de vida e carreira d@s alun@s, compartilham experiências e aprendem a história negra por outro viés, não hegemônico.
A disciplina tem duração de 60 horas, combinando dinâmicas de grupos, palestras, exposições dialogadas, apresentação de vídeos e matérias de jornais e sites, o que fomenta o debate.
Mas não fica só na teoria, os alunos também tem imersão na atuação prática do legado do movimento negro brasileiro. É através das atividades de “Acesso a Bens Culturas” que eles vão a campo, fazem visitas interinstitucionais, assistem a palestras sobre o histórico das organizações a serem visitadas.
Formação
Tem os seguintes módulos: CCN, Integração, Orientação vocacional e motivacional; As ações afirmativas como reparação aos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sobre e após o regime escravista no Brasil; A importância do engajamento político na luta antirracista.
“A Biko tem um papel fundamental na minha vida, sou apaixonada, sempre falo onde estou. É um lugar onde você começa a se conhecer e se reconhecer. Aqui aprendi que posso dizer que sou uma mulher preta, que não preciso de ninguém pra falar por mim e que não estou fadada a situações que a sociedade coloca pra mim. Foi um divisor de águas, eu mesma posso falar e pensar, com autonomia e não me sentir envergonhada. Não há lugares onde eu não possa estar”, conta a estudante de Letras (Ufba) e ex-aluna do pré-vestibular da Biko em 2014, Victoria Lane.