POMPA - Maíra Azevedo, jornalista bikuda contra todas as formas de opressão!

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21/06/2017

POMPA - Maíra Azevedo, jornalista bikuda contra todas as formas de opressão!

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Ela hoje tem sua voz propagada a milhões de pessoas por meio de seu Canal no Youtube, jornalista, formada pela Faculdade Dois de Julho, em Salvador, já escreveu muitas matérias sobre as questões raciais, o feminismo e cultura negra, tanto no Jornal A TARDE, como no Massa. Já virou boneca de pano, inspirando crianças negras pelo Brasil, é consultora da Rede Globo do programa "Encontro", com Fátima Bernardes, onde debate com seu humor politizado - e língua afiada - temas como racismo e todos os tipos de discriminações. Ela também protagoniza o primeiro stand up brasileiro apresentado por uma mulher negra: o "Tia Má com a Língua Solta"! 

Ufa...estamos falando de Maíra Azevedo (Tia Má), ex-aluna da Biko na primeira turma do Projeto Mentes e Portas Abertas - o POMPA. Maíra integra a lista dos mais de 40 jovens negros e negras que passaram pelo projeto em suas duas turmas - 2004 e 2006 - e que deixam hoje, por onde passam, suas marcas indeléveis, suas contribuições no combate às desigualdades, exercendo suas lideranças - objetivo principal do POMPA. Maíra fala pra nós o que o projeto significou pra ela: 

Biko - O que foi o POMPA pra você, como ele te ajudou a ser quem é e estar onde está?

Maíra Azevedo - Na ultima aula do POMPA, em 2004, fiz questão de dizer que minha vida se dividia em antes e depois do POMPA. Sempre tive consciência de que era uma mulher preta, mas não conseguia compreender o que eu deveria fazer com essa minha consciência. Sempre fui cheia de privilégios, estes que, às vezes fazem com que a gente tente não enxergar o racismo. E, muito pelo contrário, isso sempre foi muito vivo em mim. Entrei no POMPA por meio da professora Maria Durvalina, que ensinava na Faculdade Dois de Julho, onde estudei. Ela reconhecia em mim essa força e vontade de lutar contra as injustiças e me convocou.

Biko - O que você via em seus colegas de POMPA naquela época?

Maíra Azevedo - Conhecia a Biko só de ouvir falar e, quando entrei no POMPA, vi outros jovens negros de várias realidades. O POMPA foi o primeiro espaço que me mostrou a diversidade da negritude. Porque hoje em dia tentam – infelizmente – pasteurizar isso, como se fôssemos uma pessoa só. E ali tinham pessoas com várias realidades. Fui aprendendo a canalizar a força que tinha dentro de mim. Sabia que todo conhecimento que adquiri em toda minha vida, eu tinha a obrigação de devolver para o meu povo. E isso foi o POMPA que despertou em mim. Hoje, tudo que faço lembro disso: não posso deixar batido tudo que aprendi, preciso dar uma devolutiva para meu povo e isso é muito importante. 

"Com cada jovem daquele eu aprendia, me inspirava. A paciência de Michel Chagas, a sagacidade de Paulo Rogério, a capacidade de Luciane Reis em criar histórias, a força e doçura de Carla Akotirene, o bom humor de Leonardo...eram meus ídolos reais."

 

Biko - O que mais te marcou no projeto?

Maíra Azevedo - Tenho um carinho enorme pelo POMPA. Quando formos conhecer instituições, fomos visitar o Jornal A Tarde e lá eu falei: “Eu vou trabalhar aqui”. Anos depois, fui trabalhar lá. Foi no projeto que eu desenvolvi minha profissão, através de estágios na área. Sempre estou à disposição da Biko para ajudar. O POMPA me deu tudo isso e reconheço que é fundamental retribuirmos a quem nos oferece alguma coisa. Enquanto mulher negra, o POMPA me ajudou muito.

O POMPA teve, até então, duas turmas - em 2004 e 2006 - nas quais 42 jovens negros e negras universitários puderam desenvolver suas habilidades de liderança, visando carreiras no setor público e terceiro setor, seja na proposição de políticas públicas em órgãos governamentais, seja na execução de projetos sociais em organizações não governamentais. 

Biko 25 anos

Nestes 25 anos - celebrados em julho - o Instituto Steve Biko homenageia seus bikudos e bikudas que passaram e ainda estão na Biko, fazendo história. Em séries diferentes, a Biko trará histórias daqueles que fizeram e ainda fazem parte deste legado construído por jovens militantes, em 1992 - que enxergaram que a maior estratégia contra o racismo seria a Educação Afrocentrada. Fazendo valer as palavras de seu patrono, Bantu Steve Biko: "A arma mais potente do opressor, é a mente do oprimido!" 

Foto: Andréia Magnoni


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